terça-feira, 9 de junho de 2009

SIM, HÁ ESPERANZA.


Ontem tive a sorte de ganhar um par de ingressos para assistir ao show de um dos grandes nomes do jazz e do rhythm and blues, uma pessoa que dispensa apresentação, do alto de seus 66 anos de idade. George Benson estava lá com a sua elegância, simpatia e a voz macia, aveludada, e nesta noite mais impostada, para interpretar outro monstro da canção americana, Nat King Cole. Mais de 30 músicos no palco, coral e belas interpretações. É claro que no final do show tivemos a Benson’s Party, onde ele desfiou seus maiores sucessos, mostrando todo o seu talento e virtuose, um ofício que ele começou a aprender precocemente, desde os 10 anos de idade, quando lançou seu primeiro álbum.

Mas antes de Mr. Benson, tivemos Esperanza Spalding. Magrinha, espevitada, com nome sugestivo, dona de uma voz potente e suingada, com um contrabaixo acústico bem maior que ela, Esperanza dominou a cena, abrindo o show para George Benson com simpatia, e muito, muito talento, passeando com desenvoltura por sonoridades que remetem a gêneros como o bolero, o suingue, blues, o soul e a MPB. Aliás ela é fã de MPB e Bossa Nova. A influência da música brasileira é bastante clara em sua obra. Além de cantar em português, arranha um pouco do idioma.

Com seus músicos afinadíssimos, nos brindou com uma versão meio jazzística, meio samba, de Ponta de Areia de Milton Nascimento. Quase sem sotaque, Esperanza mostra que estudou bem a canção bem como a maneira que nossos interpretes usam a voz.


Nascida em Portland, do estado de Oregon, Esperanza começou a tocar violino aos cinco anos de idade. Dez anos depois ela já entrava no mundo profissional da música, se apresentando em clubes da cidade como baixista ou vocalista em bandas de jazz e um grupo de música fusion. Com apenas 24 anos, Esperanza é uma das maiores revelações do jazz e por seu talento deve fazer história. Cantora, contrabaixista e compositora, canta em inglês, espanhol e português e consegue se destacar em um meio quase exclusivo dos homens, com suas composições próprias e seu baixo, que já acompanhou nomes como Pat Metheny e Joe Lovano. Vale a pena ver e ouvir.

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